Nem todo câncer de próstata precisa de tratamento, hoje já existem formas alternativos de cuidar da doença.
No post de hoje, iremos falar sobre uma forma alternativa de tratar o câncer de próstata, que não envolve nem cirurgia e nem radioterapia, além dos critérios que o paciente precisa ter para segui-lo.
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O câncer de próstata tem seu diagnóstico feito por biópsia, normalmente realizado após constatar alteração em exames de toque, ressonância ou PSA.
Os tratamentos mais comuns envolvem cirurgia ou radioterapia, porém, a mais de 20 anos, se percebeu ao redor do mundo, o excesso de tratamentos de câncer de próstata, e o problema disso inclui que o tratamento para a doença deixa muitas sequelas no homem, principalmente a perda de urina, como incontinência urinária, e a impotência sexual, e se estão tratando em excesso, também estão tendo complicações que não eram necessárias.
Principalmente após a idade de 65 a 70 anos, na imensa maioria das vezes, o câncer de próstata não irá evoluir e causar risco a vida do paciente, esse tumor pode demorar de 15 a 20 anos para começar a evoluir, então para que fazer o tratamento? Estima-se hoje, que apenas cerca de 30% em alguns estudos, e 50% em outros, realmente precisam ser tratados, ou seja, nós podemos estar tratando de 2 a 3 vezes mais pessoas do que realmente precisamos.
A vigilância ativa, o nome mais comum dado em português, é um tipo de observação, e isso não quer dizer que porque a pessoa tem o câncer, o médico irá indicar ao paciente que não precisa retornar às consultas, pelo contrário, se o paciente segue os critérios científicos, estudos comprovados de segurança, ele pode ter esse acompanhamento.
Alguns estudos do Canadá e de alguns países Escandinavos, começaram a desenvolver critérios para a vigilância ativa, onde o paciente precisa ter um valor certo de PSA, o valor de Gleason tem que indicar um tumor de agressividade baixo, deve ter pouco volume, e caso o paciente preencha esses critérios, pode ser acompanhado ao longo do tempo, tendo que realizar exames a cada 3/6 meses ou 1 ano, isso dá uma segurança, em mais de 95 até 99% dos pacientes em 10 anos não terem evolução no seu tumor, e caso tenham evolução, o tratamento ainda pode ser feito com segurança e chance de cura do paciente.
Antigamente, somente homens acima de 65/70 anos, podiam fazer a vigilância ativa, ou observação, porém, se hoje o homem segue o critérios de observação, mesmo que tenha 50 anos ou que seja mais jovem, nós temos feito esse tipo de tratamento, isso é muito bom porque evitamos complicações mais sérias em homens que estão em uma idade ativa e que com segurança desse tumor não evoluir. Eu mesmo, nesse momento, tenho 2 amigos médicos aqui no hospital que nós diagnosticamos, eles têm mais ou menos a minha idade, 50 anos, e nós estamos observando a alguns anos, e estou vendo que muitos médicos estão fazendo isso, ou seja, é uma coisa segura.
Então, se você foi diagnosticado com câncer de próstata e está na dúvida de você realmente precisa de tratamento, é importante você consultar um especialista e fazer essa pergunta, se você se encaixa nos critérios técnicos para fazer observação vigilante com segurança.
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Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.