O tumor de bexiga superficial, uma condição que anteriormente era rotulada como "superficial" devido à sua localização mais externa, hoje é compreendido sob uma nova perspectiva, sendo denominado "não invasivo muscular".
No post de hoje, exploraremos as nuances desse tipo de câncer, abordando a evolução dos termos, os tratamentos conservadores disponíveis e as diferentes classificações. Confira!
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Superficial é um termo que atualmente não é mais utilizado, mas na linguagem popular é mais compreensível, ou seja, refere-se àquele que não é profundo. Atualmente, substituímos o termo superficial por não invasivos musculares, pois os mais preocupantes, mais agressivos, são aqueles que já invadem a camada muscular.
O tumor de bexiga está relacionado com a parede e o grau de invasão para dentro da parede da bexiga, que é dividido no urotélio ou mucosa, lâmina própria, musculatura e também a gordura ao redor da bexiga.
Assim, os chamados superficiais ou não invasivos musculares são esses dois tipos que estão apenas na mucosa, chamada TA, ou que estão na lâmina própria, chamada T1. Esse tipo de tratamento difere completamente, pois quando o tumor está invadindo a musculatura, felizmente é uma minoria.
A maioria dos tumores é considerada superficial e possui um tipo de tratamento geralmente mais conservador, que não exige, por exemplo, a remoção completa da bexiga.
A abordagem para TA, que se limita à mucosa do urotélio, é a ressecção transuretral (RTU), realizada por meio de cirurgia endoscópica. Se não houver fatores de alto risco, como tumor de alto grau com mais de 3 cm, presença de tumores múltiplos ou carcinoma in situ, é possível optar por apenas acompanhamento, sendo a cistoscopia a abordagem mais efetiva.
Em outras situações, como nos casos em que há alto grau e maior probabilidade de retorno do tumor, é adotado um tratamento pós-procedimento chamado terapia intravesical. Essa terapia pode envolver o uso de BCG, a vacina da tuberculose, ou outros agentes quimioterápicos como gencitabina, tiotepa e mitomicina.
Cada um desses tratamentos possui seus prós e contras, devendo ser avaliado individualmente.
Para o tipo T1, que envolve a invasão da lâmina própria, também conhecido como não músculo invasivo, é possível realizar tratamento intravesical, semelhante ao utilizado para tumores na mucosa. No entanto, em alguns casos, especialmente quando há sinais de alto risco, como variantes histológicas, a explicação torna-se mais técnica e complexa.
Na conclusão, afirmamos que é um tumor que já está invadindo a lâmina própria, representando um alto risco. Pode ser mais eficaz para o paciente alcançar a cura total por meio de um tratamento um pouco mais radical, que é a remoção total.
Recentemente, tivemos um caso em que realizamos a reconstrução com uma nova bexiga. Isso gerou bastante debate dentro do nosso grupo multidisciplinar, e, no final, o paciente optou por realizar a remoção. Essa decisão foi positiva, pois, com a remoção completa, foi observado que era a melhor solução para ele.
Assim, muitas vezes, optar por esse tratamento mais agressivo oferece à pessoa a oportunidade de alcançar a cura.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.