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Quando falamos sobre esse assunto, muita gente pensa "como não vamos tratar um câncer? E se ele disseminar?".
O que eu sempre falo para os pacientes é que cada câncer é diferente do outro e mesmo entre os cânceres existem diferenças. Às vezes, dá para comparar até com fruta, cada fruta é diferente, uma maçã é diferente da laranja.
Então, não podemos comparar as coisas que a gente ouve falar sobre o câncer de mama, pulmão, intestino com o câncer de próstata, que também é o câncer mais comum do homem.
Entre os cânceres tem diferenças, muita gente fala que o amigo operou, outro fez radioterapia, o outro está tomando hormônio, todos os tratamentos são viáveis.
Outra possibilidade é que às vezes o tumor pode ser tão pouco agressivo que nem precisa ser tratado.
Até o ano passado em 2018, a cada cinco anos tem um grupo nos Estados Unidos que realiza um taskforce e eles soltaram mais um relatório confirmando essa situação de acompanhamento em tumores de próstata num determinado grupo de pessoas.
Normalmente, o câncer de próstata tem uma característica que não vale para todos, mas é um câncer lento. Pode demorar de 15 a 20 anos para crescer e dar metástases, nem todo câncer é explosivo, normalmente o câncer de próstata não é.
Pessoas acima de 65 a 70 anos que tem um tumor de baixo volume, outra característica que vem novamente nos relatórios de biópsia, é a baixa agressividade.
Se o tumor tem baixo volume, baixa agressividade e está confinado na próstata, a pessoa tem mais de 65 e 70 anos ou tem algumas doenças associadas, é super viável acompanhar esses pacientes.
O câncer de próstata pode trazer algumas consequências mais sérias como a impotência sexual e perda de urina precisando usar absorventes.
Então, prestigiando mais a qualidade de vida, nós podemos acompanhar alguns pacientes, isso não significa largar a pessoa, nós faremos exames com frequência, de forma segura e por bastante tempo, se aparecer algum sinal que possa estar evoluindo esse tumor, o tratamento é feito imediatamente. É possível em alguns casos selecionados após uma avaliação abrangente, fazer apenas os segmentos desses casos.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.