A biópsia é a única forma de diagnosticar o câncer de próstata, podendo ser realizada via retal ou via perineal.
No post de hoje, iremos falar sobre a biópsia de câncer de próstata, como tem sido realizada e seus possíveis riscos. Continue nos acompanhando e saiba mais sobre este assunto!
Índice
A biópsia é o único jeito de diagnosticar o câncer de próstata, sendo recomendada após a alteração em exames de toque, PSA ou ressonância magnética, onde ocorre a suspeita da doença. O ideal, é depois da alteração no exame de toque ou PSA, fazer a ressonância magnética, onde é possível classificar o risco de 1 à 5, sendo 1 de menor risco e 5 de maior risco, além do local em que se tem o câncer de próstata.
Infelizmente nem todas as pessoas, ou serviços, têm acesso a uma ressonância magnética adequada, que seria de potência 3 tesla, no caso, a maioria das ressonâncias têm 1 ½ telas, ou seja, nem todo serviço tem uma ressonância potente o suficiente para avaliar direito a próstata da forma ideal.
A biópsia da próstata tem sido feita via retal, onde o paciente é sedado, o ultrassom é inserido pelo ânus, no reto, se identifica a próstata e se coloca a agulha, que fura a parede do reto e vai até a próstata e tira um fragmento, de mais ou menos 1 cm por 1 a 2 mm. Isso aumenta risco de passar bactérias da região anal para dentro da próstata, aumentando a chance de infecção, além dos riscos de sangramento, sendo esses os 2 maiores risco que a biópsia tem.
Há 10 anos, estavam sendo feitas mais de 1 milhão de biópsias por ano. Nos Estados Unidos, por exemplo, a incidência de infecção pós biópsia de próstata passou de 2/3% para 4 a 10%, dependendo do lugar, o que mostra como esse risco pode ser alto.
Nos últimos anos temos recomendado a biópsia com a tecnologia de fusão, que nada mais que é, do que uma biópsia guiada pelo ultrassom, porém, com a fusão de imagens de software, onde quem realiza o exame, consegue visualizar aquela imagem suspeita da ressonância e o ultrassom, lado a lado. Como a ultrassom não consegue visualizar o lugar do câncer de próstata e a ressonância consegue, então, em tempo real, ele faz a marcação do alvo e o operador vai com a agulha exatamente naquela bolinha, utilizando a tecnologia de fusão da imagem real, do momento da ultrassom, com a adquirida previamente através da ressonância.
Às vezes o paciente tem uma biópsia negativa, mas nem sempre quer dizer que não tem câncer de próstata, pode ser que quem examinou não tenha colocado a agulha no lugar certo, e essa tecnologia ajuda nesses casos, aumentando o índice de detecção e tornando a ressonância mais essencial ainda, para recomendar uma biópsia de próstata adequada.
De uns anos para cá, nós temos feito a ressonância de forma diferente, ao invés de fazê-la via retal, temos feito através do períneo, que é a região que fica entre o ânus e a região escrotal, por isso que indo ou mais lateral, ou no lugar específico que se conhece anatomicamente, você pode colocar a agulha com segurança.
A ressonância via perineal possui vários benefícios, o primeiro deles é que é possível evitar a infecção que se pode ter fazendo pelo reto, os casos de infecção pós biópsia caíram drasticamente, após isso. Em segundo lugar, a gente consegue alcançar áreas que são mais difíceis de alcançar via retal, como por exemplo, na área chamada de área anterior da próstata, que é a área oposta ao reto, onde a agulha precisaria ser colocada muito profundamente, criando o risco maior ainda de infecção e sangramento, já por via perineal, não, você vai diretamente ao local e é mais acessível. Outro local de difícil acesso pela ressonância via retal, é a pontinha da próstata, porque não se tem angulação suficiente, e no caso da ressonância via perineal, você tem acesso direto à pontinha da próstata.
Nos últimos anos, temos nos baseado no exame de toque, PSA e na ressonância magnética, para indicar, além disso temos recomendado que os grupos que fazem biópsia de próstata via retal, mudem para a via perineal, que diminui bastante as chances de infecção e aumentando as detecções em lugares de difícil acesso, utilizando a técnica de fusão, assim, a gente conseguiu melhorar a detecção e diminuir complicações pós procedimento, deixando o processo muito mais fácil, e o paciente entra e sai no mesmo dia com menos riscos.
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Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.
Dr. Cássio, a biopsia só é recomendada quando ocorrer alterações nos 3 itens mencionados, quais sejam, :Exame de Toque, PSA e Ressonância em conjunto ou havendo alterações em apenas um deles, há necessidade de biopsia?
Boa tarde Pedro, tudo bem? O ideal, é depois da alteração no exame de toque ou PSA, fazer a ressonância magnética. Espero que ajude e obrigado por me acompanhar!