A primeira cirurgia para câncer de próstata foi feita no início do século XX, por um Cirurgião em Baltimore, o John Yang.
Por incrível que pareça, desde essa época até 1955, as cirurgias eram feitas por um corte embaixo da região escrotal, entre o ânus e o escroto do homem, assim retirava a próstata.
Esse acesso bastante difícil e limitado não teve muito engajamento dos médicos. A partir da década de 50, com a cirurgia feita pelo abdômen, aumentaram as indicações, porém, até a década de 80 o tratamento principal não era cirúrgico, e sim por radioterapia, pois se desconhecia a anatomia da próstata.
Um americano viajou para a Holanda, e começou a pegar próstata de cadáveres, analisou no microscópio e descobriu que a próstata não tem relação direta com a potência sexual e incontinência.
A remoção da próstata, muitas vezes, causa perda urinária e perda da potência sexual. Alguns médicos achavam que esta era a função da próstata.
Essa pesquisa demonstrou que, ao redor da próstata, passam os nervos que provocam a ereção do homem. Na ponta da próstata está a musculatura que segura a urina. Portanto, a próstata está muito próxima dessas estruturas, e na cirurgia não se conhecia muito bem isso, era quase sempre lesado.
Na década de 90, as cirurgias menos invasivas, como a laparoscopia, e depois a robótica, que vieram para justamente melhorar a preservação dessas estruturas, dando a melhor qualidade de vida após a cirurgia.
A cirurgia popularizou bastante, e a cura foi alcançada. Porém, existe uma sequela que atrapalha a qualidade de vida dos homens, que é a potência sexual e a perda urinária.
Com a robótica a imagem aumenta e é possível identificar melhor essas estruturas. O cirurgião passa a ter quatro mãos auxiliadas por braços robóticos, ao invés de duas. Existe uma série de capacidades técnicas que transformam o cirurgião em quase um super-homem.
A cirurgia robótica nos Estados Unidos, a partir do ano de 2001 e 2003, popularizou rapidamente. No Brasil, a partir de 2008, o Albert Einstein foi pioneiro.
Hoje em muitos hospitais, cerca de quase 20 locais do Brasil tem a disposição de Cirurgia Robótica, e acaba sendo o tratamento preferido por ter disposição a esta tecnologia.
No entanto, não quer dizer que os outros tratamentos não sirvam, inclusive, até hoje nos Estados Unidos e aqui no Brasil, existem urologistas que preferem a cirurgia de corte embaixo do escroto.
Portanto, o paciente que está com câncer de próstata e quer um tratamento cirúrgico, deve ouvir o seu médico e utilizar aquilo que o hospital permite, com um profissional cirurgião capacitado, com essa tecnologia para poder proporcionar o melhor para o paciente. Lembre-se: nem sempre a melhor tecnologia é indicada para todo mundo.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.