A cistectomia radical é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção completa da bexiga, uma decisão complexa que geralmente é tomada quando o câncer atinge níveis significativos de invasão.
Neste texto, exploraremos os detalhes desse procedimento, desde suas indicações até as implicações e considerações pós-cirúrgicas. Continue lendo para saber mais!
Índice
O tratamento do câncer de bexiga, como já mencionamos em outras postagens, depende do grau de profundidade da invasão da musculatura da bexiga, que pode ser o urotélio (que é a mucosa), a lâmina própria e a musculatura da bexiga. O tratamento mais popularizado e indicado para esse tipo de câncer, é a remoção completa da bexiga.
Quando você tem um tipo de tumor que já está invadindo a musculatura da bexiga, o tratamento só pode ser decidido após uma biópsia, que demora cerca de uma semana para sair o resultado, e que em alguns casos podem precisar de outros exames e tudo mais.
Após todo esse processo, aí sim é considerada a questão da remoção da bexiga.
De muitos anos para cá, a cistectomia radical tem sido um tratamento que deve ser feito de forma multidisciplinar, em conjunto e em discussão com o oncologista e radioterapeuta, porque tem as opções de tratamento de preservação da bexiga.
De forma geral, nesse dito T2 que invade a musculatura, o tratamento mais aceito (se o paciente puder) é fazer a quimioterapia junto com o oncologista. Muitas vezes a quimioterapia feita antes da cirurgia tem demonstrado ganho de sobrevida e de cura.
Quando isso termina e as drogas que precisam ser feitas, é importante que se faça com cisplatina. Se o paciente não puder receber, talvez não valha a pena.
Na cirurgia, normalmente é preciso retirar todos os gânglios também, e aí a gente decide a reconstrução, que é ou com esse dito conduto ileal, que é colocar os ureteres, que vem dos rins, num pedaço de intestino que fica para fora e o paciente tem que usar uma bolsinha de urina, ou você pode construir uma nova bexiga (neobexiga) também com segmento intestino, só que um pouco mais longo.
Para fazer o conduto se tira cerca de 15 cm e para fazer a bexiga cerca de 55 cm do pedaço do intestino (íleo terminal) que a gente reconstrói num formato mais esférico e coloca na uretra para fazer a reconstrução.
De uns tempos para cá existem opções de preservação da bexiga que às vezes pode ter prejuízo de chance de cura, mas que deve ser discutido em conjunto com o paciente e com todos os outros médicos em conjunto para saber qual a melhor opção para esse paciente
Então, a cirurgia de remoção completa da bexiga é uma cirurgia de altíssima complexidade, que deve ser feita por pessoas e grupos experientes, em um hospital que tenha condições de acompanhar esses pacientes em UTI e de forma multidisciplinar, com cuidados muitas vezes de terapia intensiva.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.