Uma dúvida frequente em nosso consultório está relacionada ao caso da retirada do tumor na próstata, podendo ser ela parcial ou total.
Neste post, falamos sobre o tratamento parcial do exame de próstata, como ele é realizado, as opções de tratamentos e como sua modernização auxilia no processo de retirada deste tumor. Acompanhe!
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Muitos pacientes perguntam se é realmente necessário fazer a retirada de toda próstata ou fazer radioterapia em toda a próstata para o tratamento do câncer de próstata. Essa pergunta tem surgido em vários outros órgãos na nossa área de urologia, principalmente na região dos rins.
Há 30 anos, durante minha residência, era realizado o procedimento de retirada total do rim, em casos de tumor, então de 10 anos para cá, o processo basicamente inverteu, já que praticamente só é realizada a retirada do tumor, mas são doenças diferentes.
O câncer de próstata em geral é multifocal, tem várias lesões, mas existe um tipo de câncer que não é multifocal, assim como a maioria acontece, ele apenas acontece quando chamado , uma lesão índice, que ele é o tumor principal e nesse tipo de pessoas que é menos comum, conseguimos tratar apenas o tumor. Isso tem crescido nos casos de câncer de próstata, chamado como terapia focal. Falamos muito em cirurgia parcial do rim, porque é o caso mais popular, mas o tema mais científico e correto seria terapia focal do câncer de próstata.
A terapia focal normalmente é feita com fontes de energia, onde há o congelamento que vai a menos 180 graus e a radiofrequência vai a mais de 100 graus.
Tem uma em particular que está recebendo um grande destaque, que é uma sigla em inglês chamada “HIFU”, traduzindo mais ou menos temos “ultrassom altamente focado”, que é uma vibração ultrassônica, acaba produzindo até um pouco de calor, que acaba por tratar o tumor.
Mas independente da terapia, o paciente pode recorrer a terapia com agulha, por ondas ultrassônicas e etc.
A partir de uma análise da qual chamamos de Ablação da Próstata, dependendo do local do tumor, é possível realizar a ablação em alvo, que ocorre somente no local da lesão, só um quadrante na parte de cima da próstata, metade, como é falado popularmente e geralmente é a mais comum. A “M Ablação” acaba sendo uma terapia em que como não é tratado somente metade da próstata, optamos por fazer a ablação, seja ela com crioterapia ou com HIFU, você trata só a metade, trazendo a vantagem racional, onde há diminuição dos efeitos colaterais de incontinência urinária e impotência.
Este é um método de tratamento que não é novo, nos Estados Unidos no final da década de 90, já existia esse tipo de início de tratamento e acabaram sendo popularizados nos últimos 5 anos, principalmente o HIFU, no entanto ele ainda tem questões muito importantes na efetividade do tratamento do câncer de próstata, mas não é considerado ainda tratamento de eleição previsto nos protocolos do “Guidelines”, portanto, nas recomendações oficiais e da maioria dos locais, ainda colocaremos “tratamento e investigação” para casos selecionados.
A partir da avaliação adequada, é de extrema importância levar em consideração o desejo do paciente, desde que ele entenda os prós e contras de cada tratamento.Se for utilizado o método tradicional devido a alguma doença localizada é indicado fazer a radioterapia total da próstata ou a extirpação total. Já o tratamento do Focal Parcial, se dá muito na evolução de imagens, então o tumor de rim é muito mais fácil de ser avaliado a partir de tomografias e ressonância, porém o de próstata, nunca conseguimos.
O Pet Scan permite a avaliação de disseminação de tumor em outros órgãos. Quando avaliado na região da próstata, é possível identificá-la a partir das áreas mais brancas, então lugares que tem uma coincidência da suspeita do ultrassom confirmado na biópsia ou na ressonância podemos concluir que neste local há a lesão índice e que podemos apenas tratá-la.
Nesses casos, pode-se fazer uma biópsia com uma agulha somente na lesão, colocar uma agulha somente nesse lugar e dar uma fonte de energia, como com o congelamento, ou até mesmo com HIFU.
Porém, como foi dito, esses métodos ainda são investigativos, não são padrões, mas são as novidades que gostaria de apresentar para vocês.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.