Muitas pessoas perguntaram em minha rede social sobre a bolsa de urina e a reconstrução da bexiga.
Existem diversos problemas urológicos que levam a realização dessa cirurgia. Na maioria das vezes, os dois mais comuns são: câncer de bexiga e problemas neurológicos, ou seja, quando a bexiga para de funcionar e vira uma bolsa sem função nenhuma.
No câncer de bexiga, estima-se que de 15 a 20% dos casos, a solução é a remoção completa do órgão. Quando os problemas são neurológicos, a substituição completa da bexiga, ou a urina para fora, podem resolver o problema.
Para a urina continuar transitando, ela é colocada dentro de uma alça do intestino, que fica para fora da parede abdominal. Além disso, é inserida uma bolsa para a urina sair o tempo inteiro. Muitos desses casos podem ser definitivos.
Quando se tira toda a bexiga, na maioria das vezes devido ao câncer, se põe uma bolsa de urina interpondo um pedaço de intestino, porque o ureter é muito fino. Assim, a reconstrução total da bexiga também pode ser feita.
Em alguns casos, dependendo da extensão do câncer, pode ser retirado um segmento um pouco maior. Por exemplo, para fazer a intercomunicação do ureter com a pele, e colocar a bolsa, precisa de 15 cm do intestino.
Para reconstruir a bexiga, precisamos de 40 a 55 cm de um segmento do intestino para cortá-lo e remodelá-lo, e fazer um reservatório interno. Colocamos o reservatório lá dentro, bem como os ureteres no reservatório e no intestino, e ligamos o intestino na saída da uretra.
O que eu costumo falar é que a bexiga tem dois modos: o modo caixa d'água que tem um reservatório, e o modo bomba d'água que contrai e expulsa a urina.
Quando a gente reconstrói a bexiga com o intestino, dá para fazer o modo caixa d'água para absorver urina, até que você sinta uma pressão. Muitas vezes, a pessoa precisa fazer uma compressão na barriga para a bomba d'água expulsar urina para fora.
Alguns pacientes não conseguem eliminar a urina dessa forma, e precisam passar o cateter de três a quatro vezes por dia para eliminar a urina.
Você faz o reservatório, reconstrói a bexiga, e impede que a pessoa fique usando bolsa para sempre. Porém, uma porcentagem não vai conseguir eliminar toda a urina, e vai precisar fazer cateterismo para expulsar essa urina através do cateter. Portanto, nenhuma das soluções é perfeita.
Quando a gente precisa remover a bexiga, uma das possibilidades é a chamada urostomia, que é a saída da urina para fora da pele usando a bolsa ou a reconstrução interna. Talvez precise fazer expulsão com força ou com cateterismo.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.
Excelentes esclarecimentos para que possamos ter uma ideia do procedimento nesses casos.
Dr. Cássio que Deus ilumine sua mente e mãos,para que passa salvar vidas e da mais longevidade as pessoas.
Parabéns pelo video.
Olá Dagoberto, fico contente em conseguir te ajudar.