O câncer de rim não é muito comum, porém, quase sempre precisa de cirurgia quando ocorre. É muito importante que esse câncer seja diagnosticado no começo, assim como todos os outros, para que a chance de cura seja maior.
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Nos últimos 20 anos, a maioria dos cânceres de rim não tem sintomas. Porém, na década de 80, muito se falava que esse câncer causava sangue na urina, e realmente causa, mas apenas em tumores muito grandes.
Em um banco de dados que o Dr. Cassio tem, com cerca de mil pacientes, em 2001 os tumores tinham por volta de 9 centímetros, em 2011 isso caiu para menos de 5 centímetros, e nos dias atuais, a média é de 3 centímetros.
Isso diminuiu muito porque a frequência com que as pessoas fazem ultrassom e tomografia é muito grande nos dias de hoje. A maior parte dos diagnósticos, cerca de 70% dos casos, a pessoa não tem nenhum sintoma e só suspeita do câncer de rim após fazer um exame de imagem.
Ao contrário do câncer de rim, o cisto renal pode acontecer em 50 a 70% das pessoas acima dos 40 anos. Dessa forma, causa muita confusão entre os dois.
O maior desafio do diagnóstico é conseguir diferenciar o câncer do cisto, e isso pode ser feito através de uma avaliação por imagem, que normalmente é o ultrassom. Porém, apenas o ultrassom não basta, é necessário realizar um exame adicional mais sofisticado, como uma tomografia ou ressonância magnética.
Muitas pessoas acham que o "PET scan" serve para todos os tipos de câncer, mas não serve para esse tipo de diagnóstico.
O tratamento mais comum é a chamada Nefrectomia Radical, que é a retirada total do rim.
Esse tratamento era o mais comum até 2010, porém, com a redução de tamanho do câncer de rim, não precisa retirar todo o rim, é possível realizar a preservação através de dois tipos de técnicas diferentes, que são chamadas de:
Você só tira o tumor quando ele estiver bem na cápsula do rim, porém, pode causar um pequeno risco de deixar uma célula tumoral. Nesses casos, é mais seguro tirar o tumor com mais um pedaço de rim normal. Nem todo lugar do rim pode tirar, se está muito perto de uma veia ou artéria importante não é possível tirar.
Em alguns tipos de tumores, dependendo da localização, é necessário retirar toda a gordura ao redor do rim, como, por exemplo, 1/3 do rim quando se trata de tumores maiores.
Essa técnica é indicada para tumores pequenos e para pessoas de mais idade com maior risco de fazer uma cirurgia mais formal com a retirada do tumor. Ela pode ser feita de duas maneiras: crioterapia e radiofrequência.
A crioterapia congela o tumor renal e é feita através de uma agulha que pode ser guiada por laparoscopia ou por exame de imagem que vai até o rim.
A radiofrequência também é por agulha, mas vai aumentar a temperatura e colocar mais 100°C.
Ambas as técnicas vão produzir morte das células tumorais. Essa é uma indicação para tumores bem pequenos em lugares especiais, não serve para todos os tipos de lugares porque pode lesar e ter um sangramento ou não tratar.
O não tratamento do câncer é uma preocupação bastante grande, por conta disso, ainda é preferível realizar a remoção completa quando a pessoa tem condições.
Não há ainda opções de tratamento para o tumor primário do rim, seja por quimioterapia, droga sistêmica ou radioterapia. Ainda nos dias de hoje, a primeira opção para o tratamento de câncer renal é a cirurgia.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.