A glândula suprarrenal, também conhecida como adrenal, desempenha um papel crucial em nosso sistema endócrino. No entanto, a aparição de nódulos nessa glândula pode ser uma questão de preocupação. Esses nódulos podem ter um impacto significativo em nossa saúde devido à produção de hormônios essenciais, como cortisol e aldosterona.
No post de hoje, discutiremos o procedimento de diagnóstico quando há um nódulo na glândula suprarrenal ou adrenal, além de explorar o que é realizado após a descoberta para garantir um plano de tratamento adequado. Confira!
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Os nódulos na glândula suprarrenal ou adrenal são frequentemente diagnosticados incidentalmente, ou seja, por acaso. Uma pessoa pode realizar uma tomografia ou ressonância magnética por outros motivos e, nesse processo, acaba identificando um pequeno nódulo. Isso pode ocorrer em cerca de 1 a 4% de todos os exames abdominais, como tomografias e ressonâncias, especialmente nas áreas urbanas, onde esses exames são realizados com frequência.
A principal preocupação ao descobrir um nódulo ou tumor em qualquer parte do corpo é a possibilidade de ser câncer, embora na maioria dos casos não seja.
Portanto, é crucial realizar uma avaliação multidisciplinar, envolvendo diversos especialistas. Muitas vezes, um urologista trabalha em conjunto com um clínico, que pode ser um endocrinologista, cardiologista, neurologista, entre outros. Isso é necessário para avaliar não apenas a presença do nódulo, mas também sua capacidade de produzir hormônios. Nesse contexto, a avaliação envolve não apenas a parte cirúrgica, que é da responsabilidade do urologista em muitos casos, mas também uma análise clínica mais ampla.
Alguns desses nódulos podem produzir hormônios da glândula suprarrenal, como aldosterona, cortisol e adrenalina. Portanto, a abordagem é complexa e requer a expertise de especialistas de diferentes áreas da medicina. Por exemplo, a aldosterona, conhecida como hiperaldosteronismo primário ou síndrome de Conn, pode ser um fator.
Isso se manifesta quando a pessoa apresenta hipertensão e tem uma diminuição da renina, acompanhada de um aumento da aldosterona. Essa situação pode resultar em pressão arterial elevada e níveis baixos de potássio. Essa avaliação é uma das que devem ser realizadas.
Outra condição a ser considerada é a síndrome de Cushing, que difere da doença de Cushing. Na síndrome de Cushing, o cortisol no organismo está em níveis elevados. No entanto, o problema pode não se originar apenas na glândula suprarrenal; a hipófise também pode ser a fonte do desequilíbrio. É importante observar que essas condições têm características físicas distintas.
Frequentemente, as pessoas se questionam se estão enfrentando problemas relacionados à obesidade das glândulas. Muitas vezes, essa preocupação se deve à síndrome de Cushing. Portanto, essa avaliação é uma etapa importante e é frequentemente realizada em pacientes obesos para verificar a presença desse problema.
Outra consideração é o feocromocitoma, uma causa pouco comum de hipertensão. No entanto, devido aos sintomas como suor excessivo e palpitações, muitas vezes as pessoas são diagnosticadas erroneamente com síndrome do pânico e passam anos sem um diagnóstico adequado.
Ao identificar incidentalmente um nódulo na glândula suprarrenal ou adrenal, é essencial que uma avaliação multidisciplinar seja conduzida por especialistas. Isso ajudará a determinar se o nódulo pode ser cancerígeno e se são necessários outros exames para avaliar a produção de hormônios.
Na maioria dos casos, aproximadamente 2/3 das vezes, o nódulo requer apenas acompanhamento, sem necessidade de cirurgia, pois não produz hormônios e não apresenta risco de câncer. Caso haja riscos, a cirurgia ou tratamento específico será considerado.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.