O feocromocitoma é um tipo raro de tumor que se origina nas células produtoras de adrenalina, geralmente localizado nas glândulas suprarrenais. Esse tumor é conhecido por causar a produção excessiva de adrenalina, levando a sintomas como hipertensão, palpitações e sudorese.
Neste post, falaremos sobre o conceito de feocromocitoma e a teoria dos 10%, abordando a possibilidade do tumor se desenvolver fora das glândulas suprarrenais. Acompanhe!
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Muito se discutiu sobre o feocromocitoma, uma condição conhecida como a "doença dos 10%," em referência ao fato de que aproximadamente 10% desses tumores podem se desenvolver fora das glândulas suprarrenais. Esse tipo de tumor é originado em células derivadas da crista neural, que estão distribuídas ao longo da coluna vertebral, desde a base do crânio até a pelve. Essas células podem dar origem ao feocromocitoma, um tumor que produz adrenalina.
Muitas pessoas perguntam se a sensação de estarem constantemente "adrenalizadas" pode ser um sinal de feocromocitoma. Contudo, essa suposição é geralmente incorreta. Os sintomas típicos do feocromocitoma, quando presentes, se manifestam em episódios conhecidos como paroxismos. Esses episódios incluem palpitações, aumento da frequência cardíaca e elevação da pressão arterial, que nem sempre são perceptíveis. Além disso, a liberação excessiva de adrenalina pode causar palidez devido à vasoconstrição, resultando em uma pele pálida, e não amarelada, como comumente se acredita. Esses sintomas podem surgir subitamente, acompanhados de suor excessivo.
Os sintomas do feocromocitoma são, por vezes, confundidos com transtornos de pânico, devido à semelhança dos sinais clínicos. Pacientes chegam ao hospital após um episódio de paroxismo, mas, como esses episódios são de curta duração, a pressão arterial e a frequência cardíaca podem estar normalizadas no momento da avaliação médica. Por isso, é recomendável que, ao suspeitar dessa condição, a própria pessoa faça a medição da pressão arterial e da frequência cardíaca durante o episódio, utilizando aparelhos disponíveis em farmácias, e registre os resultados para posterior avaliação médica.
Os paroxismos característicos do feocromocitoma frequentemente levam à suspeita da presença de um tumor. Contudo, em alguns casos, a busca nas glândulas suprarrenais não revela nenhuma anomalia. Para um diagnóstico preciso, é essencial realizar exames específicos, como um "PET scan" adaptado para identificar feocromocitomas, que podem estar localizados em qualquer parte do corpo.
Embora a porcentagem de feocromocitomas fora das suprarrenais possa ser menor que os 10% originalmente sugeridos, sua localização fora dessas glândulas torna o diagnóstico mais desafiador.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.