Hoje na internet e nas mídias sociais, frequentemente são exibidas propagandas que fornecem uma grande variedade de informações, muitas vezes verdadeiras, outras vezes não. Essas informações abordam tratamentos naturais para problemas relacionados à doença da próstata, que geralmente se refere ao aumento benigno da próstata.
No post de hoje, falaremos sobre os fatores que influenciam o crescimento da próstata e as opções de tratamento natural. Abordaremos questões cruciais relacionadas à saúde da próstata e esclareceremos mitos e verdades sobre o tratamento. Acompanhe!
Índice
A partir dos 35 a 40 anos, nos homens, a próstata começa a crescer, independentemente dos hábitos de vida, podendo piorar se houver muitos estímulos, como o uso de hormônios como a testosterona e análogos, que atualmente estão em alta. Esses estímulos podem acelerar o crescimento da próstata além do que seria natural, aumentando os problemas, incluindo a necessidade de cirurgia no futuro.
Quanto ao tratamento natural, existem alguns fitoterápicos conhecidos, como o Pygeum Africano e o Serenoa Repens. Essas substâncias têm sido utilizadas por muito tempo e já foram cientificamente testadas em numerosos estudos que remontam décadas. No entanto, elas não promovem uma desobstrução adequada da próstata.
Apesar de parecer paradoxal e controverso, o tamanho da próstata não é o principal problema. O problema real está na compressão que o aumento da próstata exerce sobre o canal urinário, causando dificuldades na micção. Portanto, o objetivo do tratamento não é necessariamente diminuir o tamanho da próstata. Esses fitoterápicos podem proporcionar algum alívio, talvez devido às suas propriedades anti-inflamatórias, gerando um alívio para urinar, mas não resolvem o problema da obstrução.
A obstrução causada pela próstata afeta a função da bexiga, o que realmente compromete a saúde do paciente. Portanto, ao tratar o aumento da próstata, o objetivo é prevenir a pressão sobre a bexiga, que não está diretamente relacionada à redução do tamanho da próstata.
O primeiro conceito que já abordamos aqui é o motivo pelo qual os pacientes muitas vezes se deixam convencer por tratamentos duvidosos, muitas vezes promovidos na internet. Um exemplo disso é o uso de óleo de semente de abóbora ou produtos similares, que supostamente reduzem o tamanho da próstata. Embora isso possa ser verdade, não significa que seja eficaz na redução da pressão exercida pela próstata na uretra.
Alguns sites, afirmam que o óleo de semente de abóbora pode diminuir a 5-alfa-redutase, uma enzima que converte a testosterona em dihidrotestosterona, o que, por sua vez, resultaria na redução da próstata. No entanto, esses medicamentos são conhecidos há décadas, e os inibidores da 5-alfa-redutase, que estão disponíveis no mercado até hoje, não são a primeira opção de tratamento.
Desde as décadas de 80 e 90, ficou evidenciado que outras medicações, como os bloqueadores alfa, que relaxam a musculatura da próstata, são muito mais eficazes, como demonstram inúmeros estudos.
Porém, é importante não se deixar enganar, pois alguns desses medicamentos podem até mesmo causar diminuições nos níveis hormonais, resultando em disfunção sexual e redução na ejaculação, o que pode acarretar outros problemas.
Além disso, esses remédios não costumam melhorar significativamente os problemas para urinar, alguns deles podem até aliviar sintomas, uma vez que têm propriedades anti-inflamatórias. Isso significa que uma pessoa que está um pouco irritada com o aumento da próstata pode sentir-se melhor, mas não significa necessariamente que o remédio esteja desobstruindo o canal urinário e prevenindo disfunções na bexiga.
Existem muitos tratamentos naturais que são conhecidos há décadas e foram utilizados inicialmente, mas acabaram sendo abandonados. Hoje, eles estão sendo comercializados de forma mais intensa e tentam ser apresentados como tratamentos eficazes. No entanto, esses tratamentos geralmente produzem apenas pequenas alterações que podem confundir um paciente desinformado.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.