Recentemente teve o dia nacional do câncer de rim, como é um tema interessante para mim, inclusive do ponto de vista acadêmico, desde que eu voltei dos Estados Unidos atuando na Escola Paulista de Medicina, tenho várias publicações e muitos pós-graduados.
Gostaria de falar sobre algumas novidades desses últimos 20 anos de evolução do câncer de rim. Em primeiro lugar, o câncer de rim é um dos tumores que mais se evoluiu no entendimento molecular. Por conta disso, desde 2005 muitas drogas novas foram lançadas com o intuito de tratar tumores de rim avançados.
Dessa forma, principalmente cerca de um ano pra cá, alguns tumores avançados que antigamente era feito a cirurgia direto, hoje temos alguma possibilidade de novas drogas para diminuir esse tumor antes de fazer uma cirurgia.
Além disso, o que mudou muito foi o tamanho do tumor de rim ao diagnóstico. No ano de 2000 e 2001, quando iniciamos o nosso banco de dados, tínhamos uma média do tumor de rim ao diagnóstico em cerca de 9 centímetros. Em 2011, essa média era um pouco mais de 4 centímetros, diminuindo praticamente metade. Nos últimos anos, nosso banco de dados tem uma média um pouco menos de três centímetros.
O que mudou com isso? Se o tamanho de um rim normal é de, mais ou menos, 9 a 11 centímetros em um tumor de 9 centímetros tirávamos o rim na totalidade dos casos. Na cirurgia de tumor, mais de 80% eram retiradas totais do rim. Em 2011, já era ao contrário, 80% nós preservávamos o rim.
Nos últimos anos, com tumores cada vez menores, nós temos a possibilidade de às vezes nem tratar ou operar em pessoas mais idosa e também tratamentos menos invasivos, como colocar uma agulha guiada por ultrassom ou tomografia e fazer o congelamento dessas lesões.
Portanto, houve uma evolução muito grande do câncer de rins nos últimos 20 anos, tanto no que se refere ao diagnóstico que é cada vez menor, quanto no tratamento que cada vez preserva mais o rim com cirurgias menos invasivas. Além disso, recentemente algumas drogas lançadas favorecem até os casos de tumores mais avançados.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.
Dr. Cassio, meus agradecimentos por ter salvado minha vida !