À medida que envelhecemos, é comum perceber que o tempo parece passar mais rapidamente. No entanto, muitos consideram que os problemas urinários são exclusivos dos homens, porém essas questões podem afetar tanto homens quanto mulheres após os 65/70 anos, tendo um impacto substancial em sua qualidade de vida.
No post de hoje, discutiremos as complicações decorrentes da dificuldade urinária, abordando seu impacto no envelhecimento, a influência em homens e mulheres, os riscos de câncer de bexiga e a importância do diagnóstico preciso por exames de urina. Acompanhe!
Índice
A dificuldade para urinar representa a segunda principal causa de deterioração na qualidade de vida, a primeira é associada a distúrbios musculares e ósseos, afetando a mobilidade, assim, pessoas que enfrentam problemas na coluna ou nos joelhos, por exemplo, experimentam a primeira e mais incômoda dificuldade.
O segundo problema, que afeta tanto homens quanto mulheres, está relacionado às questões urinárias. Nas mulheres, com o passar do tempo e devido a fatores como a gravidez e a anatomia pélvica, a bexiga pode ser afetada. Isso pode resultar em sintomas como a frequente necessidade de urinar, que pode ser denominada hiperatividade da bexiga. Essa condição pode levá-las a acordar várias vezes durante a noite para urinar, às vezes com tanta urgência que não há tempo de chegar ao banheiro a tempo, resultando até mesmo em pequenos acidentes. Essa situação é frequentemente associada a infecções urinárias, mas também pode indicar problemas mais graves.
Isso é uma ocorrência comum em mulheres. Este ano, tive alguns casos em que mulheres apresentavam esses sintomas. Elas não realizavam exames de urina, e muitos outros médicos diagnosticavam erroneamente como infecção urinária, prescrevendo antibióticos sem confirmação de infecção. Em alguns casos, porém, o diagnóstico revelou-se ser um tumor de bexiga.
O câncer de bexiga possui características peculiares, frequentemente sendo um tumor plano que não é detectado em exames de ultrassom, não apresentando lesões, pólipos ou vegetações visíveis. Muitos desses casos são classificados como "carcinoma in situ". De fato, a mucosa interna da bexiga possui uma textura semelhante ao veludo, o que torna difícil sua detecção por meio de exames de imagem.
Os exames de urina não indicam a presença de infecção, tornando-se, portanto, uma questão de extrema importância que tanto os pacientes quanto os médicos precisam estar atentos. Tratar uma infecção urinária sem a confirmação por meio de exame de urina não é apropriado.
Nos homens, a causa mais óbvia de dificuldade urinária está relacionada ao aumento benigno da próstata. Esse aumento provoca uma obstrução que, com o tempo, resulta em uma sobrecarga crônica na bexiga. Inicialmente, o homem pode compensar essa situação fazendo um esforço adicional, indo ao banheiro com mais frequência, sem perceber problemas significativos. Com o passar do tempo, no entanto, essa sobrecarga crônica na bexiga pode levar a alterações, algumas das quais são semelhantes às observadas nas mulheres, como a hiperatividade da bexiga.
A sobrecarga crônica da bexiga também pode levar à hiperatividade, fazendo com que a bexiga se contraia prematuramente, resultando em urgências frequentes para urinar, despertares noturnos e até mesmo perdas de urina em situações como dirigir. Quando esses sintomas se manifestam, é fundamental procurar um especialista para avaliar a extensão do problema.
Tanto em homens quanto em mulheres, o envelhecimento da bexiga é um fator que influencia o funcionamento do órgão. Com o tempo, a musculatura da bexiga enfraquece e pode ocorrer uma substituição do colágeno, tornando-a menos elástica. Isso resulta em uma capacidade reduzida da bexiga, levando a uma necessidade frequente de urinar.
É importante notar que, em resposta a esses sintomas, muitas pessoas tendem a reduzir o consumo de água, acreditando que isso pode aliviar o problema. No entanto, esse comportamento pode agravar a situação, aumentando o risco de infecções urinárias, formação de pedras e outros problemas associados à desidratação crônica.
Portanto, é crucial compreender por que o envelhecimento pode afetar o sistema urinário e, se esses sintomas estiverem causando mais desconforto do que o habitual, é fundamental procurar um especialista para uma avaliação adequada.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.