Muitos profissionais da saúde têm incluído práticas espirituais no seu ambiente de trabalho, devido a importância da espiritualidade na saúde dos pacientes. Essas práticas podem incluir meditação, melhora no estado de espírito e promoção de um ambiente terapêutico acolhedor.
No post de hoje, vamos falar sobre como a espiritualidade está sendo estudada e como ela é aplicada na medicina para o tratamento e cuidado com os pacientes. Acompanhe!
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O termo espiritualidade pode parecer muitas vezes controverso, podendo ser considerado por alguns anticiência. No entanto, é crescente no mundo a relação do entendimento da espiritualidade e a sua relação com a saúde, no conceito de que espiritualidade não é religiosidade, coisas um pouco diferentes.
Como diz o ditado "Tem mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa mente pode compreender". E é nessa situação que a espiritualidade se encontra dentro da saúde, mostrando cada vez mais evidências até científicas de que pode melhorar de alguma forma a saúde das pessoas.
Aqui, a espiritualidade é vista não no sentido da religiosidade, e sim, em um conceito um pouco diferente, em que há o entendimento de que existe alguma coisa superior a nós, alguma divindade que pode nos ajudar de acordo com a nossa conexão, que na verdade, pode mudar o nosso estado de espírito.
A meditação tem um pouco a ver com a espiritualidade, quando a gente pode se conectar em um outro tipo de vibração e pode mudar o nosso estado de espírito, podendo ter maior paciência, menos revolta, que inclusive, são questões muito importantes na saúde.
Quando a pessoa tem o diagnóstico de uma doença, ainda mais sendo uma doença de maior gravidade, como o câncer e outras doenças intratáveis, muitas vezes há um sentimento de revolta. Como o próprio nome diz "paciente", se faz da pessoa ter que ser a pessoa mais paciente do mundo, então, a falta de paciência e a revolta, muitas vezes prejudicam a saúde do mesmo.
Hoje nós temos inúmeros evidências, como revistas médicas indexadas que falam sobre o tema espiritualidade num ponto de vista científico, além de publicações de trabalhos e estudos que mostram a evidência de que alguma questão da espiritualidade faz com que melhore o seu estado de espírito, por exemplo, sendo mais otimista. Inclusive, existem estudos que mostram que uma visão otimista do paciente, leva inclusive, a um resultado melhor do que se o paciente estiver pessimista.
Nós temos alguns grupos médicos onde temos reuniões científicas sobre o tema, em que a gente não discute temas religiosos, mas nós discutimos a espiritualidade como um entendimento de que há forças que ultrapassam nossa compreensão, e nós tentamos nos conectar a essas forças e ter um entendimento mais claro, que possa facilitar, como médico, a tentar dar para o paciente esse outro lado e não só recomendando remédio ou fazendo uma cirurgia, mas para que ele melhore o seu estado de espírito, que fique com menos revolta e tenha mais paciência para esperar os resultados e maior aceitação, pois as vezes são resultados que nem o médico e nem ninguém da equipe multiprofissional gostaria que tivesse.
Hoje já vem sendo aplicado em algumas áreas e setores de hospitais do mundo inteiro, por exemplo, os cuidados paliativos. Esse é um estágio onde a pessoa já está desenganada do ponto de vista de esperança de tratamento médico.
É preciso ser diferenciado para lidar com esse tipo de local, pois as pessoas sabem que vão morrer e só estão ali para um cuidado paliativo. Então, nesse momento, o entendimento da espiritualidade, melhorando o estado de espírito de todas as pessoas, tanto profissionais como pacientes, têm ajudado. Lá tem grupos que fazem orações, que cantam e que melhoram o seu estado de espírito em uma outra vibração, em uma outra dimensão que também é importante para o tratamento.
O tratamento, a espiritualidade, a saúde, é uma visão mais ecumênica, não religiosa, mas respeitando o entendimento de cada um, inclusive de agnósticos e ateus. É importante ver como isso pode ajudar a dentro da saúde, na prevenção, durante o tratamento e até em situações muito negativas e com pouca esperança.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.
