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O feocromocitoma é um tumor, na maioria das vezes, benigno, que produz o aumento e a descarga de adrenalina na corrente sanguínea.
Em 90% das vezes, o feocromocitoma está localizado em uma das glândulas adrenais ou suprarrenais, que são aquelas que produzem vários tipos de hormônios, além da adrenalina, como cortisona.
Lembre-se que nem todo tumor da suprarrenal ou adrenal é um feocromocitoma.
O feocromocitoma é incomum, no entanto, a descarga abrupta de adrenalina pode provocar morte súbita, o que é uma gravidade muito grande.
Em um passado não tão distante, inúmeras pessoas tiveram morte súbita sem saber que tinham feocromocitoma. Com o passar dos anos, cada vez mais se fez o diagnóstico desse tipo de problema.
A descarga de adrenalina rápida na corrente sanguínea provoca o que chamamos de síndrome paroxística, causando:
Infelizmente, muitas vezes esses casos são diagnosticados como manifestação de alteração psicológica, como a Síndrome do Pânico.
A pessoa acaba tendo uma descarga de adrenalina e até ela chegar ao pronto-socorro a pressão já voltou ao normal. Por conta disso, os médicos acabam achando que o paciente apenas estava nervoso ou que está passando por problemas de estresse.
Isso faz com que os pacientes não queiram mais voltar no hospital porque sempre é a mesma resposta associada a problemas psicológicos.
Hoje em dia, é muito importante medir a pressão arterial em casa, e isso pode ser feito através de aparelhos simples de pressão comprados em farmácias.
Caso você sinta uma batedeira no coração e suor, meça a sua pressão. Normalmente, quando estamos falando de feocromocitoma, a pressão chega a 20 e pouco por 18, o que pode causar até um derrame ou infarto, sendo comum a morte súbita nesses casos.
A confirmação desse tumor é feita através de um exame de imagem ou por medições no sangue e na urina.
Quase sempre o tratamento é cirúrgico com a remoção desse tumor, que normalmente é feito por um Urologista e uma equipe multidisciplinar, competente e experiente.
A equipe deve sempre contar com um clínico endocrinologista porque esse especialista realiza o preparo do paciente para a cirurgia. Então, ele indica medicamentos que são tomados durante 1 a 2 meses.
Essa abordagem multidisciplinar nos mostrou, em um estudo que realizamos há 15 anos, a diminuição de mortalidade no tratamento cirúrgico do feocromocitoma.
Infelizmente, o que acontecia e ainda acontece é que o paciente é diagnosticado com o tumor, e um médico com menos experiência acaba indicado à operação sem os medicamentos adequados.
Além do preparatório, quase todos os pacientes com feocromocitoma são indicados para fazer pós-operatório em UTI, porque pode acontecer totalmente o oposto, a pressão pode cair pela falta de adrenalina e causar problemas de hipoglicemia por conta de insulina.
Enfim, o feocromocitoma é uma doença complexa, felizmente incomum, mas quando acontece, precisa de uma equipe bastante experiente e preparada para fazer o tratamento com menor risco para o paciente.
Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.