A Criptorquidia, acontece quando os testículos não vão para a bolsa testicular, ocasionando o que chamamos de testículos retidos. Quando ocorrem esses casos, é necessário ficar em alerta, já que podem estar relacionados ao câncer de testículo ou problemas de infertilidade.
No post de hoje, vamos falar sobre processo de formação dos testículos, problemas que podem ser causados pela criptorquidia, diagnósticos e tratamentos indicados. Acompanhe!
Índice
A Criptorquidia é o nome científico para casos em que ao nascimento, os testículos não vão para a bolsa testicular (escroto), conhecida popularmente por testículos retidos. Essa é uma incidência que pode acontecer das doenças congênitas da parte da urologia, podendo ocorrer tanto de um lado, quanto do outro.
Os testículos correspondem aos ovários da mulher; durante a formação da gestação, quando está se formando uma menina, o ovário permanece onde está, já na formação do menino, a mesma estrutura desce, se transformando no testículo saindo de dentro da barriga, do abdômen para fora.
Esse processo cursa com uma série de questões, deve haver o alongamento das artérias, das veias, dos nervos e a partir do momento que o testículo vai atravessando a parede abdominal, ele vai levando o invólucro de todas essas estruturas. Uma parte do peritônio, a serosa que reveste o abdômen, leva o músculo e vai saindo para fora.
O fato do testículo estar para fora tem uma motivação, por conta do testículo funcionar a 2 ou 3 graus célsius abaixo da temperatura, faz com que o escroto tenha função de regulador térmico dos testículos, então se o homem pula na piscina com água gelada, o escroto contrai e traz o testículo para mais perto, aquecendo-o, se é ao contrário, quando está muito calor, o escroto fica mais relaxado levando o testículo para mais longe do corpo, para resfria-lo. Então, esse é o racional do testículo estar para fora, porém, quando isso não acontece, ou seja, quando os os testículos ficam retidos a chamada "criptorquidia", pode gerar problemas.
O primeiro problema que pode ser causado é o risco de câncer, onde mesmo após a operação depois do nascimento, ele sempre irá existir e a partir dos 15 aos 35 anos, o risco de desenvolvimento do câncer de testículo pode aumentar em cerca de 20 a 25 vezes. Por isso, essa questão do tratamento é de extrema importância, já que quanto antes diagnosticá-lo melhor será.
Outro problema relacionado à essa doença, é a infertilidade, por mais que o testículo mesmo durante o nascimento e ainda na infância não produza espermatozoide e possa criar alterações e se não for colocado corretamente na bolsa, o risco de infertilidade aumentará no futuro. O número varia em controvérsias, porém o ideal é que o menino sempre faça avaliações no pediatra, para ver se o testículo está na bolsa.
Uma confusão que ocorre muito é do diagnóstico de testículos retráteis. O testículo retrátil é a contração muscular excessiva dos testículos, a partir de estímulos como uma dor, uma mexida com a perna, uma bolada, entre outros; por conta do reflexo cremastérico. Uma das maneiras de diferenciar esses diagnósticos, é a maneira de realizar o exame.
Para o diagnóstico de câncer e infertilidade, o menino é colocado de cócoras, visando relaxar o músculo, fazendo com que o testículo venha para a bolsa, caso esteja livre; já ao realizar o exame de diagnóstico para testículo retrátil, que não possui relação com o risco de câncer e infertilidade, é feito a partir do reflexo cremastérico, onde se a contração muscular exacerbada que alguns meninos têm puder cursar em torção, pode ser discutido o tratamento cirúrgico.
Portanto, sempre é necessário avaliar, tentar diferenciar, palpar os testículos e caso fiquem dúvidas, a mãe pode realizar o procedimento de colocar o menino em cócoras. Para informações sobre a realização da cirurgia, para evitar o risco de câncer e infertilidade, deve-se procurar um especialista.
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Urologista formado na Universidade Federal de São Paulo, há 25 anos e qualificado em cirurgia minimamente invasiva e robótica.